ARROGÂNÇIA, A HUMILDADE E A SOBRIEDADE DA ARANHA NA FÁBULA O LEÃO E O MOSQUITO DE ESOPO - PASTOR RICARDO CORDEIRO

O mosquito convicto de sua rapidez, avistou o leão, aproximou-se e afirmou que não tinha medo do rei da selva, mesmo sabendo que ele era maior e muito mais forte que o pequeno inseto. O forte leão, surpreso com a ousadia do mosquitinho, começou a rir, desdenhando da coragem do pequeno inseto, todavia o minúsculo voador desafiou o pai dos leões dizendo: “Se você acha que pode me vencer, mostre-me”.
Como queria se livrar dele e acabar com aquele zumbido incomodador, o leão concordou em desafiá-lo para uma luta. Dito isto, o mosquito com seu zumbido atordoante atacou o respeitado animal mordendo-o diversas vezes ao redor do nariz, pois naquele local não havia pelos para protegê-lo. Muito abatido pelas picadas, o leão começou a se coçar com as próprias garras até que, cansado de se machucar, desistiu da luta e reconheceu a perspicácia do veloz mosquito.
Feliz com o seu feito, o rápido invertebrado voou feito louco por toda parte se gabando de sua vitória sobre o leão. Ele ficou tão orgulhoso que na sua pressa, não percebeu uma teia de aranha no caminho, de repente ele se viu triste, totalmente enroscado em questão de segundos o seu soberbo zumbido já não era mais o mesmo, a aranha faminta, ao ver sua presa se aproximou lentamente com a intenção de comê-lo de uma só vez.
Todavia momentos antes de ser devorado, o mosquito lamentou: “Mas que grande ironia do destino. Eu, que a poucos minutos lutei e venci aquele que é considerado o mais poderoso entre os animais, agora vou morrer nas mãos de uma aranha insignificante. Ouvindo isto, antes de cravar os dentes no mosquito, a aranha lhe disse: “Não importa quão grandes tenham sido os seus sucessos, o mais importante é tomar cuidado para que a alegria, o orgulho e a arrogância da conquista, não destrua tudo aquilo que você conquistou”.
Dentre as muitas fábulas de Esopo sem dúvida o conto “O Leão e o Mosquito" tem muito a nos ensinar, o personagem do leão apesar de ser considerado invencível pela sua força e coragem, também tem suas fraquezas, a narrativa nos mostra que o grande felino, por acreditar na sua força iria vencer o mísero mosquito, entretanto é certo que o pequeno mosquito antes de desafiar o gigante já tinha analisado como e onde iria atacá-lo rapidamente sem ser devorado pelo leão. O felino por sua vez entrou na pilha do mosquito sem medir as consequências, o primeiro aprendizado adquirido na fábula é não faça nada sem sobriedade; pense antes de fazer mesmo que pareça ser muito fácil a vitória.
O segundo aprendizado é ponha os pés no chão quando conquistar algo importante para você, se o mosquito tivesse saído e não tivesse deixado a soberba da vitória tomar conta dele, ele não voaria por aí gritando a sua vitória, afinal de contas é certo que a notícia iria correr, pois afinal de contas ele tinha ganhado do poderoso leão e todos da floresta iria dar notícia do feito do corajoso mosquito. Contudo o inseto ao invés de saborear a sua vitória de forma sóbria, optou por comemorar insobriamente, tendo o seu trágico fim, na teia planejada da aranha.
Por fim e não menos importante, outro aprendizado que a fábula nos deixa é a postura da aranha, não é forte, não é rápida, não é faladeira e não está em evidência na narrativa, vale salientar que Esopo acrescenta ao leão a qualidade de forte e líder, já ao mosquito é dado a ele o adjetivo de veloz. Porém a aranha não recebe qualidades que a evidenciam, antes é apresentada como faminta, ou seja, enquanto os outros personagens são considerados os melhores no que fazem, a aranha apenas tinha fome.
No entanto a insignifante personagem tem suas qualidades intrínsecas no texto, pois enquanto os outros diziam ser os melhores, ela no silêncio e na paciência construía sua teia, a armadilha pronta para pegar o mosquito demostra planejamento, ou seja, ela não dizia, mas sabia o que queria pegar, outro detalhe é o mosquito não conseguiu fugir, deixando claro que a aranha fez bem o seu trabalho, outrossim é a ética da aranha, enquanto o mosquito preso na teia, humilhava-a achando não ser digno de ser devorado por uma pequena aranha. Ela como uma Leidy, antes de saborear o fruto do seu trabalho ensina ao mosquito e aos que a estavam ouvindo sobre a importância de pensar na humildade e refletir sobre o perigo da soberba para que as conquistas possam reverberar ou não a nossa sobriedade.
Por Pastor Ricardo Cordeiro
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